segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Borboleta




Quero querer teu bem e  poder te desejar o céu. E desejo. E quero.
 Desejo, mas não como desejo, ver as tuas asas lindas colorindo e pintando a vida de quem fica. Porque você, minha borboleta linda, merece mais que  isso, mais que terra, mais que dor...
Entendo por entender que é difícil e doloroso esse processo de abandonar o casulo, mas uma coisa  me chama atenção, mais   atenção que os restos de sua antiga casa. O sorriso no teu rosto, e a renovação da mente apesar dos cabelos brancos. 
 Ahh! ... minha borboleta, você deixa por aqui saudade saudável. Deixa alegria. E onde há alegria você está. Você me encanta, não pelas suas asas lindas que  não vêem a hora de  aparecer, mas pela transformação  que fez. Que fez em você por própria escolha, que fez nas filhas da borboleta e que fez em mim. 
 No silêncio das tuas palavras eu me encontro cheia de lembranças cheirosas da época que ainda se mantinha em casulo. Que doces lembranças.... com cheiro de pastel de frango e suspiro. Me encontro ainda mais perto de você, butterfly. Assim, calada te olhando e observando teus ensinamentos que  insistem em aparecer  no meio de tal dor.
 Tenho que assumir que dá medo, dói e as vezes dói de tal maneira que corta e sangra tanto. Mas como você me ensinou é pro teu  bem, pro nosso bem. Bem de quem aqui vai ficar a te observar, observar teus passeios pelos lugares que nunca foi e observar sua visita constante a nossa casa.
  Vai, mas volta com o tempo pra me mostrar como virar uma linda borboleta.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Deixa ser. Deixe estar.




Deixa ser  assim como está.
Não mude nenhum móvel de lugar.
Não acelere e nem ande devagar demais.
Apenas seja.
Seja assim como vier.
Seja assim como  um pássaro sem se preocupar.
Seja como o mar.
Ou pare pra pensar.
Pense em você.
Pense no que há em você.
Pense em mim.
Só peço, assim.
Pense em nós  como um.
Um só, somente.
Invente.
Novas canções e  costure alguns botões.
Invente você de novo.
E pare.
Pare um pouco.
Ouça o som que sai do seu silêncio.
A dor e a felicidade que escondes  calado.
Respire, e se quiser corra.
Corra sem caminho.
Vá pra onde não sabe o destino.
Surpreenda-se.
Agora pule para que envolva teu  corpo.
E  grite a sílaba que quiser.
sinta-se  cansado.
E agora volte.
Volte pra mim.
Sem determinar o fim.
Solte as mãos da corrente que te prende.
E deixe.
Deixe como está;